quarta-feira, 20 de setembro de 2017

DETECÇÃO FENOTÍPICA DOS PRINCIPAIS MECANISMOS DE RESISTÊNCIA ENCONTRADOS EM Staphylococcus spp.

BETALACTÂMICOS

  • INTRODUÇÃO

Os antibióticos Betalactâmicos constituem um grupo de substâncias caracterizadas pela presença de um grupamento químico heterocíclico azetidinona denominado anel Betlactâmico.
Imagem 1: Anel Betalactâmico. Note a presença do grupamento
amina característico destes antimicrobianos.
 

















O anel Betalactâmico é o responsável pela atividade antimicrobiana desse grupo de antibióticos, e seu rompimento em qualquer ponto resulta na perda completa da ação antimicrobiana desses fármacos. A ampla utilização das penicilinas e, também, das cefalosporinas ao longo dos anos fez surgir e serem selecionados microrganismos resistentes à sua ação em todos os continentes.
O mecanismo mais frequente de resistência aos antibióticos Betalactâmicos é a produção de enzimas do tipo Betalactamase. Essas enzimas são codificadas em genes cromossômicos e plasmidiais e, embora se distingam por várias características físico-químicas e biológicas, o resultado final é o mesmo, isto é, a hidrólise do anel Betalactâmico, destruindo a ação antimicrobiana destes fármacos.
Imagem 2: Ação da Betalactamase sobre o anel Betalactâmico.
Note que esta enzima quebra anel Betalactâmico e elimina
a ação antimicrobiana destes fármacos.


















  • MECANISMO DE AÇÃO
Todos os fármacos Betalactâmicos são inibidores seletivos da síntese da parede celular bacteriana e, portanto, mostram-se ativos contra as bactérias em crescimento. Tal inibição constitui apenas uma das várias atividades distintas desses fármacos, porém é a mais compreendida de todas. A etapa inicial na ação farmacológica consiste na ligação do fármaco a receptores celulares (proteínas de ligação da penicilina ou PBP). 
Após a ligação de um fármaco Betalactâmico a um ou mais receptores, a reação da transpeptidação é inibida e ocorre bloqueio na síntese do peptidoglicano. A etapa seguinte envolve provavelmente a remoção ou inativação de um inibidor das enzimas autolíticas na parede celular, o que ativará a enzima lítica e resultará em lise se o ambiente for isotônico.
Imagem 3: Mecanismo de ação dos Betalactâmicos.
Note que estes antimicrobianos se ligam às PBPs e impedem a
síntese da parede celular bacteriana.
















  • CLASSES DE BETALACTÂMICOS
  1. BENZILPENICILINAS: Penicilina G; Penicilina V.
  2. PENICILINAS SEMISSINTÉTICAS: Oxacilina; Meticilina.
  3. AMINOPENICILINAS LÁBEIS: Ampicilina; Amoxicilina.
  4. AMINOPENICILINAS + INIBIDORES DE BETALACTAMASE: Amoxicilina + Ácido Clavulânico; Ampicilina + Sulbactam.
  5. UREIDOPENICILINAS LÁBEIS: Piperacilina.
  6. UREIDOPENICILINAS + INIBIDORES DE BETALACTAMASE: Piperacilina + Tazobactam.
  7. CARBOXIPENICILINAS LÁBEIS: Ticarcilina.
  8. CARBOXIPENICILINAS + INIBIDORES DE BETALACTAMASE: Ticarcilina + Ácido Clavulânico.
  9. CEFALOSPORINAS DE PRIMEIRA GERAÇÃO: Cefalotina, Cefazolina, Cefalexina, Cefadroxil.
  10. CEFAMICINAS: Cefoxitina.
  11. CEFALOSPORINAS DE SEGUNDA GERAÇÃO: Cefuroxima Axetil.
  12. CEFALOSPORINAS DE TERCEIRA GERAÇÃO: Ceftriaxona, Cefotaxima, Ceftazidima; Cefpodoxima.
  13. CEFALOSPORINAS DE QUARTA GERAÇÃO: Cefepime.
  14. MONOBACTÂMICOS: Aztreonam.
  15. CARBAPENÊMICOS: Imipenem, Ertapenem, Meropenem, Doripenem.


Imagem 4: Antimicrobianos Betalactâmicos.
Note que todos os representantes desta  classe possuem o anel
Betalactâmico. O que diferencia os antimicrobianos e confere o
seu espectro de ação é a cadeia lateral R.



















  • PRINCIPAIS MECANISMOS DE RESISTÊNCIA
  1. Inativação enzimática (produção de Betalactamase);
  2. Alteração no sítio de ação (mutação em PBPs);
  3. Alteração de permeabilidade (mutação e/ou perda de canais porina);
  4. Hiperexpressão de bombas de efluxo.
  • EM NEGRITO: PRINCIPAIS MECANISMOS ENCONTRADOS EM Staphylococcus spp.






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